quinta-feira, 1 de maio de 2014

A economia política e moral de sempre


Na véspera do dia do trabalhador, Cavaco Silva decidiu lembrar a sua economia política e moral, condecorando conhecidos trabalhadores como António Mexia, Filipe Bottom ou Faria de Oliveira. Na realidade, fazem todos parte dos jogos do poder do grande capital financeirizado, de que fala Paulo Pena, da sua tóxica ideologia a que chamam, só para enganar, Compromisso Portugal. Só têm compromissos com o dinheiro: são a vanguarda dos 1%, cujo peso no rendimento mais do que duplicou entre a década de oitenta e os primeiros anos do novo milénio, depois de ter caído, graças aos efeitos da economia política e moral do 25 de abril, sendo que só os 1% do Reino Unido e dos EUA bateram Portugal na OCDE. Tudo, em larga medida, obra da liberalização e da privatização. Os sucessivos governos partilharam estas políticas com algumas notas dissonantes relevantes, mas que estão sendo destruídas pela austeridade permanente. E ainda dizem que o neoliberalismo nunca existiu. Bom, esta é, de facto, a gente de Cavaco e do governo, a gente do poder. Em Cavaco, de resto, tudo faz sentido, incluindo as queixas em relação à sua reduzida pensão: afinal de contas, este é o seu grupo de referência; as remunerações a que esta casta se habituou, questão de poder e de normas sociais, são muito superiores à sua. A consistência de Cavaco é total e a nossa desgraça também.

5 comentários:

Dias disse...

Este presidente não tem decoro nenhum. Aliás, convém-lhe manter a santa aliança com esta gente do dinheiro, não vá o diabo tecê-las…

Aí está, a condecoração para “os grandes trabalhadores” que “subiram a pulso” encavalitados nos bens públicos!

Jose disse...

Tudo o que é grande tem de ser do Estado, para que este o possa parasitar com uma infinita hoste de treteiros que fazem vida dizendo-se protectores do povo - essa é a grande mensagem dessa vanguarda de candidatos a fazedores do socialismo.

Anónimo disse...

De facto a desonestidade parece ser o paradigma dos que apoiam de forma quase que animalesca a troika,os troikistas e os seus mandamentos.

Jose mais uma vez cala a desgraça. Ao denunciado pelo João Rodrigues, que (re)mostra o que é cavaco, quem é cavaco, quem são as ditas "elites" que nos desgovernam, jose opta pela colecçao de estratégias que utiliza quando vê denunciada a (peço desculpa) escumalha neoliberal.

Jose não vai longe porque coisas destas são o retrato aqui dos cavacos e dos mexias e doutros meilhões da nossa praça.A postura ideológica é semelhante.Mas a ética também.E esta está abaixo do higienicamente aceitável

De

Jaime Santos disse...

O post do João Rodrigues acerta em cheio. É que há, de facto, uma hoste que parasita o Estado, e que Cavaco tem consistentemente promovido... Desde as fraudes do Fundo Social Europeu, passando pelo crescimento do 'Monstro' que ocorreu sob alçada do PSD durante as duas maiorias absolutas nos anos 80-90, pelo BPN (sem esquecer a Tecnoforma de Passos e de Relvas), pelo modelo actual de privatizações e pela clara falta de vontade de reduzir as rendas das grandes empresas, pela continuação da subvenção de colégios privados contra o que estava escrito no Memorando de Entendimento com a Troika, o PSD tem sido fiel à sua Natureza. Qual Liberalismo, qual Social-Democracia! A isto chama-se 'Socialismo para Ricos', na formulação feliz de Gore Vidal... Nesse sentido perverso, o PSD é o mais 'Socialista' de todos os Partidos Portugueses, sem que o PS deixe de ter culpas no cartório no tempo em que foi Governo... Libertar o Estado desta hoste de 'Gente Empreendedora' (no sec. XIX eram conhecidos como os 'Devoristas') tem que ser o objectivo de qualquer futuro Governo Patriótico, seja de Esquerda ou de Direita...

Anónimo disse...

O José ainda não emigrou.? Ainda anda por estas bandas a dizer disparates.?
O P. Coelho bem podia era criar um novo imposto sobre o disparate. Queria ver como é que o José se orientava com tanto imposto que tinha de pagar.
Aí é que ele emigrava e levava consigo o P. Coelho que também tinha da pagar uma batelada de imposto. Já agora o Coelho podia também criar um novo imposto sobre os mentirosos que é o que ele é. Era vê-lo mais o José a apanhar o avião da esayjet com destino ao Alasca, onde nasceu o tea party.